sábado, 22 de setembro de 2012
Sempre achei triste a história de procurar a tampa da panela.
Porque se só existe uma tampa pra cada panela do mundo então, que saco.
As chances de uma metade encontrar a outra em alguma esquina
desse mundão seriam desmotivadoras.
A brincadeira seria daquelas que, de tão difícil, nem dá vontade de brincar.
Prefiro então dizer que somos como queijo e goiabada.
Diferente da panela que perde sua funcionalidade sem a tampa,
essa mistura gastronômica somente potencializa o lado bom dos ingredientes.
O queijo, sem o doce, ainda continua incrível.
O doce, sem o queijo, ainda é sensacional.
Mas a junção dos dois cria um sabor absolutamente novo,
que surge cada vez em que você morde um tequinho de cada.
A junção não faz deles menos importantes, mas exalta o que cada um tem de bom.
Se separados eles caem bem, juntos dá vontade de lamber os dedos.
Então, digo sem peso que encontrei minha goiabada. Não que outros doces não serviriam
– o gosto é bom com doce de abóbora, de figo, de carambola.
Mas, pra mim, é especialmente bom com a goiabada.
E pra isso, eu não preciso deixar de ser salgada e nem você de ser doce.
Nossos sabores se completam.
Porque a vida é incrível de qualquer jeito,
mas se torna incrivelmente melhor quando temos companhia.
Quando se acha alguém com quem dividir bons momentos.
Mostrar foto é legal, mas ter alguém do lado presenciando
aquele momento único com você é impagável.
E, por isso, não tenho pretensões que você não queira se juntar
a outros ingredientes durante a vida.
Se o sabor deixar de ser bom, outras misturas precisam ser feitas.
Não, não quero juras de uma combinação eterna.
Amor, quando não cuida, é perecível.
Vem, que juntos somos melhores. Que com você a palavra parceria faz sentido.
Que com você o brilho nos olhos é mais forte. O sorriso sai mais fácil.
A boca beija pedindo bis. O cafuné brota dos dedos. A pele agradece o toque.
O coração não pega friagem. As borboletas procriam no estômago.
Vem assim, leve e lindo, que com você o caminho brilha mais.
Ignoremos o prazo de validade estipulado pelos pessimistas.
O amor não azeda se a gente não descuida.
CORAÇÃO
Antes de você, eu não acreditava no "pra sempre",
dormia bem todas as noites,
não me importava com as minhas roupas,
olhava bem menos para o meu celular,
meus pensamentos não faziam minha cabeça doer.
Meu coração era saudável, lento, constante.
Eu não tinha febre psicológica,
crise emocional, stress acumulado,
nem carência afetiva.
Não tinha ciúme, ódio de mim mesma,
ou pensamentos psicopatas.
Eu vivia da emoção, era impulsiva,
não planejava tantas coisas boas e bobas.
Antes de você eu não morria de saudade,
não era tão bem-humorada,
não me preocupava em fazer alguém feliz,
em cuidar de alguém.
Eu não sabia sequer que um carinho curasse tanta dor,
que o mundo cabia num sorriso,
e que era possível amar tanto de uma pessoa.
A verdade é que antes de você, eu não era eu.
Agora eu sei porque você faz tanto sentido.
Em alguns momentos, eu o decepcionarei,
em outros você me frustrará,
mas, se tivermos coragem para reconhecer nossos erros,
habilidade para sonharmos juntos
e capacidade para chorarmos
e recomeçarmos tudo de novo
tantas vezes quantas forem necessárias,
então nosso amor será imortal...
créditos a AMS
terça-feira, 18 de setembro de 2012
DESPEDIDA
A poucos minutos de encarar você e dedilharmos
a melodia mais difícil: a última.
O coração batuca. Quase estoura a garganta seca,
que teme errar a nota.
Unhas intranquilas teclando em cima de mesa.
Seu olhar em pause, regendo a minha respiração.
Qual o tom certo para uma despedida?
Porque desafinei, sua corda arrebentou.
Você cortou o som e me olhou grave.
Rasgou nossa partitura, brecou o ritmo.
Eu não soube andar na sua cadência.
Eu não leio pessoas de ouvido.
Preciso de mais de cem compassos para me colocar em sintonia,
de instrumentos para meu ensaio.
Seu olhar, mudez aguda, me força a solar daqui pra frente.
Sua distância é microfonia riscando a minha trilha.
Meu lado B tocando para uma plateia que só pede
a cor da minha voz, ignora o que canto.
O volume aumentando para mascarar choro.
O coro gritando aguado.
Como maestro, você me dá as costas.
A despedida deixou um silêncio chiando.
Uma gravação do seu timbre em play no meu travesseiro.
Um eco orquestrado do seu rosto arranhando meu sono.
As luzes se apagam. Deixamos o palco sem aplausos.
Sem solfejar a vontade de um bis.
sábado, 15 de setembro de 2012
Sabe, as mulheres têm de lidar com alguns dilemas que são,
além de supérfluos e injustos, completamente alheios à natureza
masculina. Por exemplo, se um homem transa com uma mulher
logo na primeira noitada, ele se sente O Máximo, O Maioral.
Já a mulher terá que enfrentar o julgamento das amigas,
do próprio comedor, e até mesmo da sua consciência,
caso não seja muito bem resolvida com sua sexualidade.
Essa “culpa ” é algo que homem nenhum vai entender,
pois oras, homem nunca recebe um adjetivo depreciativo
em tal situação. Já a mulher, vai de “puta, vadia, fácil,
sem valor” pra baixo. O que pra eles é frescura,
pra gente é uma verdadeira disputa de valores. Sad but true.
E não é apenas na situação supracitada que esse
moralismo injusto faz-se valer. Uma coisa que me intriga
é a tal da “mulher oferecida”. Essa é aquela mulher que,
quando tem interesse em um homem, deixa isso bem claro.
Chega junto e chega chegando, sem aqueles pudores,
receios e recatos que normalmente narram o comportamento
da mulher durante o flerte. Dependendo da criatura,
ela até força a barra e constrange o pobre do
rapaz acuado, tornando a situação de caça desagradável para ambos.
Tem também o caso da pobre boboca que fica secando o rapaz
de longe a vida toda, desviando o olhar quando ele vira
em sua direção e sem coragem sequer de jogar um sorriso.
Como eu sou legal, não quero que você pareça nem
uma louca desesperada por sexo e menos ainda que você
deixe os homens que te interessam passarem batido.
É pra isso que esse Guia prático do flerte (para mulheres) foi elaborado.
Eu tinha bolado esse texto como uma lista passo-a-passo,
mas nessas horas não existe fórmula mágica nem receitas prontas,
apenas uma série de atitudes da sua parte que te tiram
do exílio na Ilha da Mulher Pamonha.
Começando pelo básico do básico, cuide-se.
Apesar de que ser mulher não é lá muito fácil –além dos dilemas morais,
temos ainda que arcar com menstruação, gravidez, depilação e afins
– quando o tópico é a abordagem com intenções sexuais,
a coisa é muito mais fácil pra gente. Uma mulher cheirosa
e bem arrumada é agradável a todos os homens – inclusive
aos casados e aos gays, mas acho que dar mole
pra esses dois tipos não vai ser lá muito proveitoso pra você.
E eu faço questão de enfatizar que não tô falando de “ser” bonita,
e sim de cuidados básicos com a pele, dentes, cabelos e…
ah, do que eu tô falando? Toda mulher sabe bem o que é se arrumar.
Se pra você beleza interior é o que conta, melhor andar por aí
com as mais recentes fotos da sua endoscopia,
pois dificilmente se atrai a atenção de um homem
se tiver sebosa ou fantasiada de pano de chão.
Daí a mulher se arruma, passa 4 horas no salão fazendo
mechas californianas, mais 2 horas fazendo mão-e-pé,
mais 19 horas escolhendo roupa e fazendo maquiagem.
Tudo isso pra voltar pra casa sozinha e dividir
a cama com sua hesitação e neuras? Solta a franga, amiga.
Na minha opinião, mulher tem mais é que se preocupar
menos com julgamentos e se divertir mais.
Normalmente, a inconsciente opressão natural e tradicional
leva as mulheres ao terrível hábito de ter vontade,
mas ficar se contendo. Como isso vem desde cedo,
desde sempre, acaba virando rotina, e o que eu mais vejo por aí
é mulher com cara de cu porque tá sem uma haste do amor
pra sentar em cima faz 57 meses. Ou gatinha saindo no zero-a-zero.
Linda como uma Barbie dentro de uma caixa de plástico.
Intocada e imaculada, quando o legal mesmo é borrar o batom
e acordar com os cílios pregados de rímel.
Ok, agora você já está bem cuidada e disposta a escarrar
sobre as amarras sociais que te prendem em nome de fazer o que bem quer.
Tá solteira, tá sem macho, tá com fome.
Imagine que você é uma pescadora faminta.
Você não vai pegar peixe nenhum caso se jogue desesperada na água,
agarrando qualquer sardinha gorda e lerda na base da unha;
e menos ainda se ficar sentada no barco olhando os peixes passarem,
e perguntando aos céus onde estão os homens legais.
Observe a maré.
Essa prática serve tanto para os homens quanto para as mulheres.
Se o mar não tá pra peixe, procura outra área pra pescar
ao invés de gastar suas fichinhas em vão.
Aliás, observar a maré antes de agir em vão é fundamental
em tudo nessa vida, desde xavecos a empregos enfadonhos
que precisam ser deixados pra lá na primeira oportunidade boa.
É questão de observar e dar o pulo quando o timing for correto.
Enquanto se observa, nada te impede de dar a brecha.
Muitas vezes o cara morde a isca já nessa etapa
e a sua participação ativa como xavequeira termina aqui,
é só deixar a coisa fluir e continuar dando corda para o futuro
alpinista de seus seios arfantes. Tá ligada a tal da mulher charmosa?
Tudo questão de linguagem corporal: ser sorridente,
lançar olhares (sem encarar, porque mamãe ensinou que é feio),
mexer no cabelo, encostar casualmente no braço dele.
Depois de demonstrar que você tá na área, jogue sua isca.
É aqui que a maioria das mulheres morre na praia.
Jogar a isca é xis da questão, tem que ter AQUELA DOSE
de bom senso pra chegar junto sem ser agressiva,
demonstrar que se tem atitude e sabe ir atrás do que quer,
mas ainda permitir que ele tenha o papel de “conquistador”.
Abordar um homem, normalmente, é uma tarefa muito fácil.
Você dá o impulso e ele faz o resto
– isso se ele tiver interesse em você.
Eu sou a favor da abordagem casual, do tipo chegar perto
e puxar um assunto qualquer. Sim, é literalmente isso:
UM ASSUNTO QUALQUER. Perguntar onde é o banheiro,
que horas são, se você viu o novo clipe do Chiclete com Banana,
se ele sabe onde ajustar a porra do relógio no seu celular novo,
sei lá, qualquer abordagem inocente e furada serve, o importante
é como você conduz a conversa depois de iniciar uma aproximação.
Seja simpática, o papo tem que fluir, e quem faz a blasé não ajuda muito nisso.
Dê risada, cara feia deve ser fome ou caipirinha com pouco açúcar.
Eu tenho muitos amigos homens, todos bonitos,
engraçados e bons de papo, e não sei se eles têm o dedo podre
ou as mulheres chatas se multiplicaram em progressão geométrica.
De vez em quando eles me aparecem com cada mulher entediante,
que não sabe rir nem faz questão de se enturmar e participar das conversas, sabe?
Tem que ver isso aí, mulherada. Não adianta ser “das certinhas”
se sua presença é tão marcante
quanto incenso de baunilha que passou da validade.
Citando Oscar Wilde, it’s absurd to divide people into good or bad,
people are either charming or tedious.
Ser contida nem sempre é melhor. Se insinuar não é vulgar.
Enfrentar os paradigmas pra fazer o que quer
é uma sensação que você aprende a apreciar conforme vai se arriscando.
Pra mim, mulher em tom pastel é um pé no saco.
Lugar de princesinha passiva é sozinha e suspirando no alto de uma torre solitária.
segunda-feira, 10 de setembro de 2012
"Ele me deu uma lista de 10 regras para seguir em nosso relacionamento:
- Primeiro, não a deixe beber, mas se beber use a escada de incêndio.
- Prepare-se para ser preso.
- Não espere muita ajuda do pai dela.
- Tudo que pensar que vai acontecer em seguida está errado.
- Se o sapato dela machucar, troque de sapatos com ela.
- Aprenda a dizer a seguinte frase várias vezes: "Tudo faz parte da magia."
- No 33° dia com ela, leve uma única rosa. Dê a ela na sala de recitais.
- Se ela disser que vai matá-lo, não ache que é uma metáfora.
- Ela gosta de escrever.
- Encoraje-a.
E finalmente, o tempo com ela será o mais feliz que teve em sua vida.
Aproveite cada segundo."
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